segunda-feira, 21 de março de 2011

Como Ser um Mago em Athelgard

O Dom inato da Magia pode se manifestar de várias formas. Algumas vezes é percebido na criança ou jovem por um mago mais experiente, mas também é muito comum que se revele através de sonhos, visões e acontecimentos involuntários. Em lugares onde a Magia é malvista isso pode trazer sérios problemas. Já nas Terras Férteis, ter um mago na família é quase sempre motivo de orgulho, principalmente entre os Elfos Brilhantes.

Ainda que surja de forma espontânea, o Dom precisa se fortalecer e se desenvolver por meio de um aprendizado. Este é sempre individual; ainda que um mago tenha vários aprendizes sob sua responsabilidade e que estes compartilhem ensinamentos, cada um progredirá de acordo com seu próprio ritmo.

A duração do aprendizado também é variável. O mínimo de tempo exigido para completá-lo é de sete anos, nove ou dez a média. O importante é que o aprendiz passe por três iniciações, correspondentes aos níveis básicos de conhecimento e domínio da Magia, e um teste final, que lhe dará o direito de usar a tiara e a espada ritualísticas. A partir daí ele é considerado um mago, membro do Círculo Menor e sujeito às regras do Conselho de Magia (não que não existam rebeldes).

De um modo geral, não há muita coisa que possa ocupar um mago nas Terras Férteis além dos seus próprios estudos. Alguns trabalham junto ao governo das cidades, como conselheiros ou em funções burocráticas; outros são convocados como diplomatas, e há os que têm uma segunda ocupação, em geral ligada às Artes ou à Ciência. Os mais aventureiros podem preferir deixar as Terras Férteis e se estabelecer em localidades do País do Norte, onde a Magia é incomum. Por isso mesmo é valorizada pelos governantes, que empregam magos como conselheiros, estrategistas e defensores de suas terras - esse será provavelmente o destino de Lear, o Encanta-Dragões.

Para os que permanecem nas Terras Férteis, existe uma forma de aprofundar seus conhecimentos: ingressar na Escola de Magia sediada em Riverast. Ali, magos já iniciados complementam e avançam em seus estudos sob a supervisão de mestres que pertencem ao Círculo Maior, podendo, eles mesmos, vir a ascender na hierarquia do Conselho. Este, porém, é extremamente restritivo e rigoroso, inclusive na seleção de alunos para os cursos avançados. Os critérios levam em conta raça e origem, além do que gerou a discussão conhecida como a “Cisão de Camdell”: uma pessoa nascida sem o Dom da Magia pode desenvolvê-lo através do aprendizado?

O Conselho afirma que não, mas um de seus membros – Camdell, um poderoso Mago da Alma e Mestre de Sagas – sustenta que é possível, utilizando um método improvável que se baseia no treinamento dos saltimbancos.

Foi para provar isso que ele fundou uma Escola muito especial... no Castelo das Águias.

Não percam o próximo post, onde apresentaremos o Mentor da Escola de Artes Mágicas: Camdell de Riverast!

domingo, 13 de março de 2011

A Magia em Athelgard (2)

Magia da Forma e Pensamento

Nessa vertente, a vontade do mago é treinada de forma a interferir nos planos físico e mental. Isso possibilita ações como a visualização da aura e de imagens mentais, a transformação de objetos, o controle das forças da natureza, entre muitas outras. A vontade é treinada por meio de exercícios e quase sempre fortalecida por rituais que incluem gestos, símbolos, sons e ferramentas de poder, como aneis e bastões.

Alguns magos, como Kieran de Scyllix, são mais hábeis em trabalhar com a energia mental, fazendo relativamente pouco uso dos rituais. Já outros têm mais facilidade com a manipulação das formas, como Finn de Riverast, que divide as aulas com Kieran; esses magos costumam dar mais atenção aos ritos e a todo o aparato visível da Magia.

A prática de Magia da Forma e Pensamento exige estudos paralelos acerca dos símbolos, dos astros, dos sons e dos números. Conhecer o significado e a vibração dos nomes é tão importante que deu origem a uma “especialidade” chamada, justamente, de Magia dos Nomes, cujo preceito principal é sempre lembrado aos aprendizes: “Mude o nome de um rio e mudará seu curso”. Bardos e Mestres de Sagas, embora não sejam magos, devem ter isso em mente ao contar histórias.

As pessoas talhadas para esse tipo de Magia costumam manifestar o Dom ainda na infância. Ao contrário dos Magos da Alma, sempre meditando e questionando a si mesmos, os adeptos da Forma e Pensamento podem ter qualquer tipo de personalidade e temperamento, não necessariamente se tornando mais generosos, tolerantes ou sábios à medida que progridem em seus estudos.

No próximo post: Como ser um Mago em Athelgard?


E aqui deixamos mais um desenho do Kieran, desta vez com um ar de roqueiro emprestado pela devota de Thonarr (Thor, em nosso universo), Ana Clara Thomazini.

quinta-feira, 3 de março de 2011

A Magia em Athelgard (1)

Há vários tipos de práticas mágicas em Athelgard. As pessoas que se denominam magos são quase sempre adeptas de uma das duas vertentes da Magia tradicional dos Elfos Brilhantes: a da Alma, também chamada do Fogo, e da Forma e Pensamento. A imensa maioria delas vive nas Terras Férteis. Existem ainda xamãs, curandeiros que se valem de alguns conhecimentos específicos de Magia e simples feiticeiros.

Independente de quem a pratica, a Magia tem regras que devem ser observadas, principalmente a do equilíbrio entre as energias que atuam no universo. Bem e Mal, vida e morte, luz e trevas são forças opostas e complementares, e todo mago deve ser consciência de que suas ações terão efeitos não apenas no mundo físico, mas também, quase sempre, no plano do invisível.

Magia da Alma

- A tradição élfica

É o tipo mais sutil de Magia. Por meio de exercícios de concentração e de meditações, o mago entra em sintonia com as vibrações ao seu redor, reconhecendo os padrões segundo os quais as coisas se transformam e agindo a favor do equilíbrio. A maior parte dos magos da Alma se concentra observando o fogo – daí o outro nome dessa tradição – e executa rituais mínimos, que às vezes se resumem a gestos.

Quase todos os adeptos da Magia da Alma são Elfos Brilhantes ou têm predominância de sangue élfico. A prática os leva a passar por grandes transformações internas ao longo da vida, que podem mudar sua forma de encarar o mundo. Foi o que aconteceu, por exemplo, com Odravas, criador do movimento que prega o abandono das cidades e da civilização em favor de uma vida mais simples.

- Devotos, xamãs e feiticeiros

A religião dos Homens tende a se posicionar contra a Magia. Mesmo nas Terras Férteis, onde o convívio com os Elfos obriga a maior tolerância, os Prestes (sacerdotes) são proibidos de praticá-la, enquanto os leigos são desencorajados. No entanto, há pessoas capazes de realizar atos mágicos por meio de sua fé, principalmente entre os devotos de Thonarr, o Senhor do Raio. É o caso de Padraig, um aprendiz da Escola de Artes Mágicas que promete vir a ser um mago poderoso.

Praticado nas tribos das florestas, o xamanismo também é uma forma de Magia ligada à Alma. Vivendo próximos à terra, os xamãs reconhecem a existência de um Espírito em todas as coisas e a ligação entre as pessoas e a Natureza.

Em regiões habitadas apenas por Homens há, por vezes, práticas diferenciadas. No Oeste, qualquer forma de Magia costuma ser encarada com horror, mas mesmo assim há muitos feiticeiros, geralmente com pouco poder, que vivem de explorar a superstição alheia. No Leste, o Povo Alto praticava uma forma simplificada de Magia da Alma, duramente reprimida após a reconquista do território pelos primeiros colonizadores. Já em lugares mais selvagens, como as Terras Geladas, os feiticeiros costumam se aliar aos grandes senhores e auxiliá-los em seus feitos.

No próximo post: a Magia da Forma e Pensamento, especialidade de Mestre Kieran.


O personagem que todos amam retratar aparece aqui em desenho de Vania Vidal, datado - reparem - de 2008, quando o livro se resumia a um sonho e um monte de papel rabiscado.